O crescimento do terceiro trimestre veio nulo, com alguns sinais especialmente alarmantes na queda do consumo e dos serviços, antes os esteios da economia brasileira. A indústria recuou muito e o índice só não foi negativo por causa das exportações de commodities, algo que também já começa a perder fôlego. E de nada adianta botar a culpa na conjuntura internacional, porque os outros emergentes cresceram muito mais; o Brasil ficou em trigésimo lugar no período, atrás até mesmo da letárgica Europa. Para piorar, a inflação teve repique em novembro, o que significa que as expectativas oficiais para ela e para o PIB no ano que vem são conversa fiada. Enquanto isso, o PAC mal avança, como este jornal mostrou no caso da transposição do rio São Francisco.
Queda de juros e estímulos ao crédito podem atenuar a paralisia, mas está cada vez mais claro que um ciclo relativamente positivo da economia brasileira – motivado por uma série de medidas desde o Plano Real até o crédito consignado, digamos – está chegando ao final. Se não se combater o declínio da indústria, o aumento dos tributos, a carência de tecnologia e o déficit de educação e infraestrutura, em pouco tempo se verão efeitos sobre o emprego e a renda. Ou Dilma Rousseff para de acreditar nos elogios à sua capacidade gerencial (como já escrevi, trocar uma sujeira por outra não é faxina) e começa a agir (mesmo que caiam todos os ministros, pois já existem outros dois na berlinda, Pimentel e Negromonte), ou terá muito mais obstáculos políticos e econômicos adiante.
Fonte: Jornal o Estadão - coluna Daniel Pizza
Postado por Assessoria do Vereador Bassin
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