15 de outubro de 2013

Dose de antibiótico receitada por argentino do Mais Médicos é três vezes maior do que o recomendado, diz pneumologista

Especialista alerta que dosagem, prescrita para paciente de Tramandaí, triplica as chances de efeitos colaterais.

O argentino do programa Mais Médicos prescreveu uma dose de Azitromicina(antibiótico para tratamento de infecções respiratórias) três vezes maior do que o recomendado. A avaliação é do chefe do Serviço de Pneumologia da Santa Casa de Porto Alegre Adalberto Rubin. Segundo imagem que circula na internet, cuja autencidade foi confirmada pela Secretaria da Saúde do município, o estrangeiro, que atua em Tramandaí, aconselhou o homem a tomar três comprimidos de 500 mg ao dia, em vez de apenas uma unidade.
— A prescrição está três vezes acima do recomendado. Isso triplica o risco dos efeitos colaterais do medicamento — reforça o especialista.
Segundo Rubin, a Azitromicina pode causar problemas renais, sanguíneos e, principalmente, cardíacos.
— A bula do medicamento aponta uma série de efeitos. Com essa alta dose, o paciente pode sofrer arritmias, palpitações, insuficiência renal, hepática e até ir à óbito — avalia.
Ainda de acordo com Rubin, quanto mais tempo a dose errada for usada, mais graves os efeitos. Os problemas cardíacos podem aparecer imediatamente, enquanto outros podem levar mais tempo para se manifestar.
— Esse paciente vai precisar de acompanhamento por, no mínimo, 30 dias para ter certeza que está livre dos efeitos. É um erro grave — completa.
À Secretaria da Saúde de Tramandaí, o argentino Juan Pablo Cajazus argumentou que o quadro clínico do paciente, idoso e fumante, exigia a dosagem prescrita.
— A receita depende do quadro clínico de cada paciente. No entendimento do médico, era necessário, mas não é uma dose que eu receito — afirma o secretário Mário Mitsuo Morita, que também é médico.
O caso ganhou intensa repercussão nas redes sociais e obrigou o Ministério da Saúde a tomar providências. O órgão afirmou, em nota, que vai enviar um supervisor para acompanhar o caso e avaliar a possível dosagem inadequada do antibiótico.
Fonte: Zero Hora

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