4 de outubro de 2013

MP investiga suspeita de lavagem de dinheiro por ONG

MP investiga suspeita de lavagem de dinheiro por ONG Ronaldo Bernardi/Agencia RBS
Policiais fizeram buscas no endereço onde funcionaria ONGFoto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBSA força-tarefa de policiais que atua junto à promotoria está cumprindo quatro mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira, na Capital.
Segundo o promotor Ricardo Herbstrith, de acordo com o apurado, valores movimentados na conta da ONG, que deveriam ser utilizados na finalidade precípua da organização — a ressocialização de presos — foram parar em contas pessoais, servindo como forma de desvio de dinheiro público e locupletação indevida.
Em dois anos de investigação, o Ministério Público constatou que a organização, criada em 2007, não realizou qualquer atividade até hoje e tem sua sede situada em um apartamento vazio no centro da Capital. Ainda assim, a conta bancária da ONG tem movimentação e há depósitos e saques sob suspeita.
Em outubro de 2010, por exemplo, a Identidade recebeu da Força Sindical dois depósitos num total de R$ 56 mil. Para explicar a destinação do dinheiro, Luis Fernando Coimbra Albino, filho da presidente da entidade e responsável por administrar a conta, disse que se tratava de pagamento por serviços advocatícios que teria prestado para a Força Sindical.
Albino era diretor financeiro da Carris e foi afastado pela prefeitura, com o restante da cúpula, em 2011, em meio a suspeitas de irregularidades em licitação da companhia. Ele trabalha atualmente na Assembleia Legislativa.
A movimentação da conta bancária da associação foi analisada num período de dois anos pelo MP. Um depósito de R$ 28,7 mil feito em janeiro de 2011 chamou a atenção das autoridades.
Em depoimento, o dono do dinheiro contou ter feito um empréstimo a Pompeo de Mattos, ex-deputado federal do PDT que concorreu em 2010 ao Piratini como vice de José Fogaça (PMDB). O valor ingressou na conta da ONG por meio de um cheque de empresa. O dono do dinheiro e a empresa não constam na prestação de contas de campanha de Pompeo.
O MP também buscou explicação para R$ 15 mil depositados na conta da ONG pela empresa de outro político ligado ao PDT. Ele disse em depoimento que por ter respondido a processo por improbidade em 2010 tinhas dúvidas sobre concorrer a deputado federal.
Em visita à Assembleia Legislativa, ele teria recebido da "turma do Pompeo" indicação do nome de um advogado que poderia orientá-lo no caso: Albino. Os R$ 15 mil seriam pelo trabalho de advogado. A promotoria criminal vai encaminhar ao MP Eleitoral suspeitas de crime eleitoral. Pompeo disse a Zero Hora que nunca recebeu dinheiro de ONG:
— Tive alguns empréstimos, conheço pessoal da empresa citada. Tenho auxílio deles, mas não por meio de ONG.
Albino disse que a ONG trabalha, que advogados prestam serviços a egressos da prisão. Disse que a ONG só recebe dinheiro privado e que teve contribuições também da Força Sindical. Segundo Albino, em função da investigação do MP, a sede da ONG está sem atividades há algum tempo.
Fonte: Zero Hora

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