A partir da emissão do RG, Pizzolato conseguiu emitir, no Rio de Janeiro, o título de eleitor, e um CPF em nome do irmão morto. Segundo o Jornal Nacional revelou na quinta-feira, o título foi usado na eleição de 2008. Ou seja, o morto votou nos dois turnos da disputa municipal. Em 2010, o título de Celso não foi usado, o que gerou uma multa da Justiça Eleitoral. Pizzolato também emitiu um passaporte em nome do irmão, usando sua foto. Ele viajou em 2010 com esse documento falso, o que a polícia considera ter sido um teste.
A investigação do plano de fuga do ex-diretor do Banco do Brasil pela Polícia Federal rastreou em cartórios e nos bancos de dados das polícias estaduais documentos que mostram que Pizzolato já em 2007 se preparava para escapar da condenação do mensalão, que ocorreria em 2012.
A tática de "ressuscitar" o irmão também foi usada na Itália, com os documentos europeus - Pizzolato tem dupla cidadania.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, disse ontem que vai pedir ao procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, que tome as "providências cabíveis" em relação ao fato de Pizzolato ter conseguido um título eleitoral em nome do irmão morto. "Todos estamos surpresos com o que foi revelado pela grande imprensa. Isso só revela que o sistema precisa ser aprimorado. Daí a identificação datiloscópica, da biometria, para ter-se certeza de que aquele que apresenta o título é realmente o detentor do título", afirmou Marco Aurélio. Ele disse ainda que a Justiça Eleitoral está empenhada na implementação do voto biométrico em todo o território nacional.
Fonte: O Estadão
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