24 de agosto de 2015

Dólar sobe 1,62% e vai a R$3,55, máxima em mais de 12 anos

O dólar fechou com alta superior a 1,5 por cento nesta segunda-feira, no patamar de 3,55 reais e no maior nível em 12 anos e meio, reagindo à intensa aversão ao risco nos mercados globais após as bolsas da China derreterem diante dos sinais de desaceleração da segunda maior economia do mundo.

A moeda norte-americana avançou 1,62 por cento, a 3,5525 reais na venda, maior cotação de fechamento desde 5 de março de 2003, quando foi negociado a 3,555 reais. No ano até agora, dólar já subiu 33,62 por cento.
"A China deu início ao pânico no mundo hoje. Aliado a isso, a gente tem grande vulnerabilidade por causa das incertezas políticas", disse o especialista em câmbio da Icap Corretora, Ítalo Abucater, para quem o dólar deve chegar a 4 reais ainda este ano, mas encerrará 2015 no patamar entre 3,70 e 3,80 reais.
Na máxima desta sessão, o dólar subiu 2,43 por cento e foi a 3,5809 reais, nível mais alto no intradia desde 27 de fevereiro de 2003, quando alcançou 3,6050 reais, mas a alta acabou perdendo força no fim da manhã.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou 7,562 bilhões de dólares, ou cerca de 75 por cento, do total de 10,027 bilhões de dólares e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.
No Brasil, preocupações políticas também atingiram o ânimo dos agentes financeiros, após o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, determinar que as contas de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e o PT sejam investigados por suposta prática de crimes, argumentando que há "vários indicativos" de que ambos foram financiados por propina desviada da Petrobras.
Além disso, nesta sessão, o vice-presidente da República Michel Temer deixou o comando da articulação política do governo da presidente Dilma Rousseff, disse à Reuters uma fonte próxima ao setor de articulação do Planalto.
Os mercados financeiros têm sido profundamente afetados pelas incertezas em torno da permanência de Dilma no cargo até o fim de seu mandato.
"Está cada vez mais difícil imaginar a luz no fim do túnel", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Fonte: Reuters

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