16 de outubro de 2012

Prepare o Bolso, Petrobras quer Gasolina 10% mais cara depois do 2º Turno


Determinado a reajustar os preços da gasolina e do diesel no país, o governo federal tem duas datas para disparar o gatilho: depois do segundo turno das eleições, no final do mês, ou em janeiro de 2013. A decisão envolve uma queda de braço entre a pressão da Petrobras para aumentar o quanto antes e o desejo do governo de não pressionar ainda mais a inflação em 2012.
Com projetos previstos que chegam a US$ 236,5 bilhões até 2016, a Petrobras já avisou ao governo que começará a cortar investimentos bilionários se não houver reajuste de combustíveis até o final do ano. A justificativa é de que não é mais possível suportar os prejuízos de comprar combustível no Exterior e revender internamente a preços mais baixos. A defasagem nas tabelas das refinarias brasileiras em relação aos preços praticados no Exterior é de 20% na gasolina e 38% no diesel, estima Walter de Vitto, analista da Tendências Consultoria:
– O equilíbrio financeiro da Petrobras chegou ao limite. A situação está afetando a capacidade de investimentos da companhia.
A conta, no entanto, não é apenas matemática. Na política de reajuste, o governo federal leva em conta uma meta tão ou mais importante: não estourar o teto da inflação em 2012, de 6,5%.
– Um reajuste ainda neste ano, quando o país vai crescer a taxas mínimas, representaria um desestímulo à recuperação da economia – aponta André Braz, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Se aplicado o aumento de 10% para gasolina e diesel, percentual projetado pelo mercado, o impacto na inflação seria de pelo menos 0,3 pontos percentuais. Na avalição de especialistas, não há espaço para reajuste logo depois do segundo turno das eleições, apesar do apelo da Petrobras.
– O governo quer finalizar o ano dentro do patamar atual da inflação, por isso adiar o reajuste dos combustíveis tende a ser a opção – afirma José Roberto Savoia, professor de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA) e da Universidade de São Paulo (USP).
No plano de negócios da Petrobras, aprovado em junho, existe previsão de reajuste de 15% para diesel e gasolina. É uma condição para financiar investimentos previstos para os próximos quatro anos. Desde então, o governo federal, controlador da companhia, autorizou dois aumentos, mas abaixo do exigido pela estatal, que teve prejuízo de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre.
Para impedir o repasse do reajuste ao consumidor, o governo zerou a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. Sem ter mais nada para cortar nesse tributo, a partir de agora qualquer aumento na refinaria se refletirá nas bombas.
– A população tem maturidade suficiente para entender que os preços precisam ser reajustados eventualmente. Há sete anos o aumento da gasolina não é repassado ao consumidor – diz Alísio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes.
Prós e contras
Por que reajustar— A pressão pelo aumento dos combustíveis vem da Petrobras, que alega não ter mais condição de arcar com a defasagem de preços entre o cobrado nas refinarias brasileiras e o valor pago lá fora, já que o país importa gasolina e diesel para suprir a demanda interna.
— Os resultados da estatal têm ficado aquém do esperado, diminuindo o interesse de acionistas pela companhia e comprometendo a capacidade de investimentos.
Por que não reajustar— O aumento de preço é uma medida antipopular, pois impacta diretamente no bolso do consumidor.
— O reajuste dos combustíveis também pressiona a inflação, já que reflete no custo das famílias, no transporte de carga e coletivo, além de impactar indiretamente em alimentos e bens duráveis, que dependem de escoamento rodoviário.
Fonte : Zero Hora
Postado por Ver. Bassin

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