10 de setembro de 2013

Produtores gaúchos utilizam áreas de pastagem para o cultivo de soja

Bons preços do grão têm atraído produtores de pecuária de corte.

O Rio Grande do Sul deve registrar um aumento de 13% na produção de grãos na próxima safra. A soja é o grande destaque pela perspectiva de bons preços. Entre os produtores, o clima de otimismo é grande, e o cultivo está ocupando áreas antes destinadas à pastagem e até avançam sobre o milho.
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A área dedicada ao cultivo da soja deve avançar 3% no Estado. A expectativa é de que a produção ultrapasse 12 milhões de toneladas. O que tem chamado a atenção é a localização geográfica dessas lavouras. Dos quase 128 mil hectares a mais, 96 mil tem origem em áreas de pastagens.
Na propriedade de Leonardo Fraga, em Jaguarão, na metade sul do Estado, a família do produtor sempre se dedicou à pecuária de corte. Porém, nos últimos três anos, o cenário mudou. Atraídos pelos bons preços pagos pela soja, passaram a se dedicar ao grão.    
 
– Foi quando a pecuária estava um pouco lenta e inviável. Em comparação com a soja, a pecuária custava muito a dar retorno – destaca o produtor. 
 
Na safra passada, os produtores destinaram 45 hectares da propriedade para a soja, com uma média de 50 sacas por hectare. Os bons números foram suficientes para a aposta na cultura virar realidade. Para este ano, arrendaram mais de 80 hectares com a estimativa de colher até 52 sacas. 
 
– O preço tende a dar uma caída na colheita, nós comercializamos soja a R$ 65 – disse Fraga. 
 
De acordo com o produtor, mesmo com um investimento maior na soja, a rotação com a pecuária deve continuar. O cultivo do grão enriquece o solo também para o pasto. 
O diretor técnico da Emater/RS Dulphe Pinheiro faz um alerta sobre as consequencias negativas  do plantiode soja sobre áreas de pastagens para o meio ambiente.
 
– Acho que do ponto de vista ecológico, nós temos problemas. O uso de agrotóxicos, desde o herbicida, inseticida, que de alguma forma vai mexer com aquele ambiente, pois são quantidades importantes que são colocadas na lavoura de soja – salienta.
A soja também deve avançar sobre áreas que antes eram usadas para o plantio do milho. De acordo com a Emater, o cereal deve ter redução de 3% em relação à safra anterior que foi de 1.34 milhão hectares.
– O milho é fundamental para essas cadeias, avicultura, suinocultura, é um insumo  fundamental. Então, qualquer falta de área para um Estado que já tem déficit de área, é muito ruim, ou seja, teremos de recuperar isso em produtividade – finaliza Pinheiro.
Fonte: Rural br

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